Marketing de Conteúdo e Algoritmos
A morte da paixão e da diversão.
(Eu falando comigo mesmo)
Conteúdo, conteúdo e mais conteúdo. As ondas do marketing são um saco. Agora o esquema é produzir conteúdo e mais conteúdo. Aí você monta um curso on-line e lança ele. Se usar a fórmula de lançamento, você vai produzir mais conteúdo e mais conteúdo.
Cansei de produzir conteúdo. Cansei de ficar tentando vender. De postar no Instagram só para o algoritmo não esquecer de mim.
A tecnologia tinha como objetivo nos servir mas agora a mesa virou. Agora somos nós quem servimos às tecnologias. Zuckeberg nos escravizou e a gente nem percebeu.
Enchi o saco.
Eu gostava de escrever. De compartilhar minhas paixões, erros e aprendizados. Mas hoje, toda vez que penso num post, instintivamente penso em vender. Penso na porra do marketing de conteúdo.
Logo eu, que sempre defini “vender” como compartilhar paixão.
Não é que a paixão sumiu, ela existe ainda. O problema é que toda vez que sento no computador para escrever, uma chave vira na minha cabeça, e então esqueço de escrever sobre (e com) paixão e começo a pensar em todo o resto.
Aí escrevo, não gosto, e posto assim mesmo por causa do algoritmo e do marketing de conteúdo.
Eu amo meu trabalho. Ver artistas se tornando cada vez mais felizes e autênticos é a razão pela qual eu comecei a fazer isso. Ver a arte que eles criam me enche de energia. Ver o potencial realizado. E finalmente, como consequência disso tudo, ver os caras ganhando dinheiro. Eu tenho melhor trabalho do mundo!
To escrevendo como um ato de rebeldia. Contra o algoritmo, o marketing de conteúdo, e os 10 passos para sei lá o que.
Quero falar e vou falar. Quero postar e vou postar. Mas do meu jeito e no meu tempo. Reassumir o controle dessa persona on-line que nasceu, cresceu e que não gosto de quem se tornou.
E sim, estou consciente de que esse post é um meta-conteúdo. Mas eu prefiro chamá-lo de “eu falando comigo mesmo”.
(Me lembro de voltar a respirar)