Meus Principais Erros Como Consultor e Coach de Artistas e Profissionais Criativos — Parte 1

Leo Rapini
4 min readSep 23, 2020

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Eu comecei o Coaching Criativos em Abril de 2012.

Desde então eu tive o privilégio de conhecer e trabalhar com diversos artistas e empresas.

Aí veio 2020.

No meio desse caos eu aproveitei para reavaliar o meu trabalho. Fiz uma autocrítica, e como recomendou um amigo meu, contratei a mim mesmo para colocar ordem na casa.

A experiência foi profundamente rica. Reconheci áreas que eu precisava urgentemente melhorar, e também vi que sou muito bom em outras. Só que para mim ainda não era o suficiente.

Montei um formulário online e enviei para meus ex-clientes (85 de 130) pedindo feedback a meu respeito, sobre o meu trabalho, e o quanto as suas expectativas foram supridas.

Estou falando de gente que me contratou entre 2012 e 2020.

Foi assustador porque reconheço as minhas falhas e a subjetividade do meu trabalho. Por mais que eu trabalhe e estruture o processo de forma que o cliente veja o resultado e o quanto progrediu, ainda é algo subjetivo. Além disso, existe a questão da narrativa. Nós julgamos os acontecimentos conforme a gente se enxerga na história. Tudo é uma questão de perspectiva.

Também fiz questão de enviar para ex-clientes, que na minha opinião, o processo e os resultados não tinham sido satisfatórios. Eu queria saber o que eles tinham a dizer, além daquilo que eu mesmo já tinha visto.

Apertei send.

Surpreendente em minutos as respostas começaram a chegar. É claro que isso não era um bom sinal. Tive dor de barriga. Suei frio. Isso toda vez que chegava uma mensagem. As mensagens chegaram por semanas. Vulnerabilidade que chama?

No fim o resultado foi bom. Digo bom, porque é natural do ser humano supervalorizar o negativo e subestimar o positivo. Senão diria que o resultado foi ótimo. Apesar das surpresas e de ter pensando em desistir algumas vezes.

Dos clientes que responderam (n = 45), eles disseram o seguinte.

Pensando em nosso processo de coaching, como você qualifica o processo?

Pensando em nosso processo de coaching, como você qualifica o seus resultados?

Também pedi para eles responderem a pergunta:

“Ainda quanto ao meu trabalho, onde eu posso melhorar? O que faltou e/ou você acha que eu poderia ter feito para te ajudar mais ou melhor?”

Os dois temas mais recorrentes como pontos a melhorar, diagnosticados por mim e por meus clientes foram:

1. Falta de cobrança e de um acompanhamento mais próximo e ‘intenso’.

2. Término do processo de coaching muito ‘solto’. Isto é, sentiam falta de um encerramento mais efetivo para a jornada.

É claro que houveram outras críticas pontuais, mas no geral, esses foram os dois pontos principais.

1. Falta de Cobrança.

Já na minha autoanálise, eu sabia que esse era um item a melhorar. A dificuldade está no fato de que:

1. Eu não gosto de ficar cobrando as pessoas.
2. Eu não gosto de que fiquem me cobrando.

🤷🏽‍♂️

2. Encerramento do processo.

Eu já escrevi aqui no blog várias vezes que sou ruim em terminar as coisas. Além disso, acabo desenvolvendo um relacionamento de amizade e companheirismo com meus clientes, o que faz com que o término seja ‘estranho’.

Ótimas desculpas, Leo.

O ponto é que não importava. Eu tinha que resolver esses dois problemas de um jeito que fosse bom para os clientes, afinal de contas eles estão me pagando, e também que funcionasse para mim.

Na real, real mesmo, meu objetivo sempre é que meus clientes voem alto e que se sintam absurdamente felizes e realizados. Isso é por mim, porque sei que fiz um bom trabalho, pelo cliente, pelos motivos descritos acima, e por todos aqueles que serão impactados pelo fruto de sua arte e criatividade.

Isso é a novela que você assiste, a música que você ouve, a arte que você compra, a fotografia que te imortaliza…

Se ao resolver esses dois problemas, eu aumentasse os resultados positivos de todos, valia demais a pena resolvê-los.

Aí lembrei de uma frase que eu sempre digo:

Invista em suas qualidades e se planeje para os seus defeitos.

E foi exatamente isso que eu fiz.

(Parte 2 em breve - Me siga no instagram para ser notificado)

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Leo Rapini

Fundador da www.raar.cc, Leo escreve no Medium os desafios da carreira artística profissional, tecnologia e outras aleatoriedades.