Captura de tela do site da 42 São Paulo (www.42sp.org.br)

Por Que eu me inscrevi na 42 São Paulo?

Leo Rapini
4 min readNov 13, 2020

--

Para quem não sabe, a 42 é uma escola de Engenharia de Software gratuita fundada na França em 2013 pelo bilionário Xavier Niel. Hoje a escola está presente em mais de 30 países pelo mundo. No Brasil ela tem sedes no Rio e em São Paulo.

Mas porque eu, alguém claramente — e apaixonadamente — de humanas, aos 37 anos, se inscreveu em uma escola de Engenharia de Software?

A resposta mais pura e honesta que tenho é simples:

Porque eu quis.

FIM

Brincadeira.

Não que isso não seja o suficiente para mim, mas acho legal desenvolver essa ideia um pouco mais. Vai que ela ajuda alguém (você?).

“Fazer sentido” é uma necessidade humana. Nosso cérebro tem uma dificuldade imensa em lidar com coisas que não fazem sentido. Isso vai desde observar uma obra de arte até analisar criticamente nossas escolhas profissionais.

Se não faz sentido, nosso cérebro não gosta. E quando nosso cérebro não gosta, a gente se sente frustrado.

Então o que fazer quando temos vontades, desejos e sonhos que — em um primeiro momento — não fazem sentido lógico?

Mais uma vez, sendo bem direto e o honesto, o segredo está em atribuir uma razão lógica para para esse desejo. No Português claro, tudo que você precisa é de uma boa desculpa.

Sim, é isso mesmo que você leu. Uma boa desculpa. Pode ser qualquer uma, desde que você acredite nela.

Então aqui vai a minha lista de “desculpas” para me inscrever na 42.

Crescer x Expandir

Nossa jornada profissional é composta por dois movimentos distintos.

O crescimento é vertical, ele tem como foco a especialização. No meu caso, eu poderia fazer uma outra formação ou curso focado em desenvolvimento humano, por exemplo.

o expandir é horizontal, é ampliar o escopo e explorar novas áreas de interesse. No meu caso, é claro que a “desculpa” aqui é a ideia de ampliar o escopo do que eu faço. O que me leva ao próximo ponto.

Ampliar Escopo x Mudar de Carreira

A linearidade profissional do passado não existe mais. É claro que ainda vemos resquícios desse mundo antigo nos dias de hoje, mas a verdade é que a carreira tradicional — fazer faculdade e só trabalhar na área que você se formou — acabou.

A própria educação formal está passando por desafios. O mundo muda mais rápido do que as instituições são capazes de se adaptar. O que você aprende no primeiro ano de faculdade, pode se tonar obsoleto ao final do curso por conta de novas tecnologias.

Em 4–5 anos muita coisa muda no mundo. Por isso não me vejo “mudando” de carreira com essa nova formação. Me vejo ampliando o escopo do que eu faço e me preparando para o futuro. Como fazer isso?

Educação é a Chave

Educação: ato ou processo de educar(-se).

A educação não ocorre quando o professor ensina, a educação ocorre quando você aprende. Portanto, aprender a aprender é o skill (competência) mais importante que você pode desenvolver na vida. E essa é uma das grandes razões pela qual eu amei a 42.

Na escola não há turmas, aulas ou professores 🤯. O método é baseado na aprendizagem coletiva. Como eles dizem no site, ao dar e receber informações e alternar entre treinamento (prática) e aprendizado, você se adapta e progride rapidamente.

Se o mundo muda rapidamente e continuamente, para estar preparado para o futuro é preciso saber como aprender. E como cada um aprende de um jeito, quanto mais você conhecer e desenvolver o seu método de aprendizado, mais preparado você estará. Falar outras línguas também ajuda muito.

Outras Línguas

Quando falo em aprender novas línguas é natural pensar em inglês, francês, espanhol, português, etc. Em um mundo globalizado, interconectado e pós-covidco, mais do que nunca falar outras línguas é um portal para realidades alternativas.

Trabalhar para empresas em qualquer lugar do mundo sem precisar sair de casa era algo inimaginável até alguns anos atrás. Hoje, já é mais comum do que você imagina.

Dito tudo isso, eu não estou falando desse tipo de línguas.

A(s) linguagem(ns) do futuro não são faladas por humanos, mas sim por computadores. Mentira. Do futuro, não. Do presente. Porque são essas linguagens que definem o próximo carro que vai te dar carona no Uber, o que você vai assistir na Netflix, o que você vai ver nas suas redes sociais, as notícias que você vai ler, os cursos que vai fazer… A lista não tem fim.

Ao terminar de escrever esse post, uma nova tecnologia terá nascido e em alguns meses estará controlando outro aspecto da sua vida.

A Melhor Desculpa

Confesso que tenho outras boas desculpas, mas a minha favorita é inspirada em uma frase do autor Neil Gaimon, que parafraseando diz o seguinte:

“Eu escrevo histórias que tenho curiosidade de saber como terminam.”

Estou escrevendo a minha própria com a mesma curiosidade.

Para quem se interessou, o processo de seleção da escola (www.42sp.org.br) passa por duas etapas: Teste de Lógica e a Piscina. A Piscina é um “vestibular” imersivo com quatro semanas de duração 😅. Por causa do COVID, eles desenvolveram um modelo online que batizaram de Basecamp. É esse que vou fazer e tem duração de 3 semanas. Eu começo na Segunda (16/11).

Me desejem sorte!! 🙏🏽🙏🏽🙏🏽

Leo Rapini
@leorapini

PS1: Aqui está o post subsequente com o resultado do processo.

PS2: Recentemente dei uma entrevista para o podcast “Por Trás da Selfie” da Amanda Noventa onde falei um pouco sobre minha visão a respeito do tema Mudança de Carreira. O link para o podcast está aqui.

--

--

Leo Rapini

Fundador da www.raar.cc, Leo escreve no Medium os desafios da carreira artística profissional, tecnologia e outras aleatoriedades.